quinta-feira, 26 de novembro de 2009

E-business é tudo isso mesmo?

Realmente, de uma forma nem um pouco discreta, praticamente todos os números indicam o e-business como a grande jogada do momento. Os valores atribuídos a ele são de entusiasmar qualquer executivo, sem contar com as inúmeras pesquisas que insistem em mostrar as excelentes expectativas para esta área tanto a curto, médio principalmente, e longo prazo.

Além disso, algumas características nos influenciam a pensar assim. Através do e-business é possível globalizar a economia, reduzir os custos (downsizing), tercerizar serviços (outsourcing), expandir o mercado consumidor, dar novo ânimo as ferramentas como CRM e ERP e ainda criar novos produtos e serviços voltados especificamente para a grande rede.

Mas as coisas não são bem assim, embora os fatores citados agregam interesse pelo assunto, o outro lado da moeda também possui a devida relevância.

Um exemplo de sua face obscura pode ser representado pelo número de empresas PONTOCOM que fecham suas portas com pouco tempo de vida. Este fenômeno levou alguns autores passar a denominá-las também de "empresas roláveis", em contradição às empresas da "Velha Economia" que foram, assim, denominadas de "empresas feitas para durar".

Apesar da Nova Economia apresentar peculiaridades essencialmente divergentes da Velha Economia, seus gestores devem atentar para processos estratégicos e estruturais que embaçam a economia formal. As empresas que, erroneamente, montaram suas estratégias de trabalho baseadas unicamente no mundo virtual tiveram seu sucesso comprometido.

Onde muitos corajosos, também ora chamados de empreendedores, que se arriscam em embrenhar-se nesta formidável economia pecam, é justamente na falta de entrosamento entre as estratégias de tecnologia e de negócio da corporação. Além de certa forma ignorar as leis naturais e básicas para qualquer negócio, motivados pela busca de produção, os executivos devem aceitar o fato de que criar valor na Web pode ser muito demorado e difícil que na concorrência do mundo real.

Simplificando, algumas regras básicas seriam:

  • A quem se destina o objeto do negócio?;
  • Qual será o core_business? (seu objeto de negócio ou serviço);
  • Quais os profissionais que serão envolvidos e suas respectivas funções;
  • Como será implementado? Ou seja, qual a solução mais adequada para atender esta necessidade?;
  • O quanto você espera crescer e em quanto tempo?;
  • Quando você fará cada atividade? (cronograma).


Um exemplo deste descaso é o resultado de uma pesquisa divulgada pela empresa norte-americana Informatio Resource, que revela a preocupação excessiva dos gestores de e-business com os serviços, minimizando a importância das transações. Algumas informações apresentadas na pesquisa que justificam esta opinião é que 44% das empresas PONTOCOM oferecem a oportunidade de obter um e-mail, mas apenas 14% de seus usuários mostram que tem interesse neste serviço.

Outros fatores muito importantes para quem pretende ingressar no e-business são os planejamentos de logísticas e a construção de colaboradores, principalmente para seus canais de suprimentos, uma vez que a intermediação entre empresa e cliente é desestruturada neste sistema de comércio.

Portanto, é preciso conquistar market share e impedir que os investidores desistam, provando que a verdadeira alma dos e-business é sua tecnologia e as oportunidades para ela gerada, e não uma corrida especulativa de papéis.

Fica claro então, que o comércio eletrônico se traduz como um animal feroz, robusto e extremamente difícil de domar, mas os executivos e demais pessoas envolvidas terão que aprender a dominá-lo se quiserem sobreviver.

Autor/fonte: Eric Borges Scardini
Tags: [ negócios ]

Um comentário:

  1. Com certeza em um mercado competitivo, é fundamental para o sucesso da empresa a implementação de sistemas de e-business!

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